sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dúvidas frequentes

AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO A

Ao encontro de: significa "a favor de, para junto de".
Esta sua decisão veio ao encontro das minhas pretensões.

De encontro a: equivalente a "ir contra alguma coisa, ir em direção oposta a".
O carro foi de encontro ao poste.


A FIM / AFIM

A fim: igual a "finalidade".
Chegou cedo a fim de terminar o serviço.

Afim: equivalente a "semelhante".
Meu gosto não é afim ao seu em matéria de comida.


AO INVÉS DE / EM VEZ DE

Ao invés de: significa "ao contrário de".
Maura, ao invés de Alice, resolveu se dedicar à música. (opções de estudo contrárias)

Em vez de: igual a "em lugar de".
Em vez de Pedro, Paulo foi o orador da turma.


À MEDIDA QUE / NA MEDIDA EM QUE

À medida que: está classificada entre as conjunções subordinativas proporcionais; portanto, tem o mesmo significado de “à proporção que”.
Senhas eram distribuídas aos candidatos à medida que eles entravam nas filas de inscrição.

Na medida em que: não se encontra nos livros de gramática tradicionais. Para desfazer a confusão: na medida em que se encaixa nas conjunções causais, tendo o sentido aproximado de "pelo fato (razão, motivo) de que, uma vez que, já que, porquanto".
O Estado, na medida em que se responsabiliza apenas pelo financiamento do Ensino Fundamental, estaria se abstendo de cumprir seu papel de promotor do bem comum.


À MESA / NA MESA

Convém sempre usar à (e não na), nessa expressão, quando existe a ideia de proximidade. Reserve a expressão na, quando existir a ideia de posição superior. Então, sentar-se na mesa não é coisa de gente civilizada.


A PAR / AO PAR

A par tem o sentido de "bem informado", "ciente".
Você precisa me manter a par de tudo o que acontece.

Ao par é uma expressão usada para indicar relação de equivalência ou igualdade entre valores financeiros (geralmente em operações cambiais).
As moedas fortes mantêm o câmbio praticamente ao par.


AONDE / ONDE

Aonde: indica idéia de movimento ou aproximação, significando “para onde”.
Aonde você vai?

Onde: indica o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. Normalmente, refere-se a verbos que exprimem estado ou permanência.
A casa onde moro é muito antiga.


COM NÓS / CONOSCO

Com nós: essa forma somente será utilizada se logo depois vier palavras como "todos", "mesmos", "próprios" ou qualquer numeral cardinal (dois, três, etc.)
Esse fato aconteceu com nós todos.

Não havendo essas palavras, usa-se conosco.
Vamos à praia conosco?


DE MAIS / DEMAIS

De mais: quando apresenta o sentido oposto à "de menos" (= após um substantivo ou pronome).
Para Ana, chegar atrasada ao trabalho não tem nada de mais.

Demais (= junto): é advérbio de intensidade (= muito) ou pronome indefinido (= o restante, os outros).
Rita fala demais. (= fala muito - advérbio)
Uns vaiavam, os demais aplaudiam. (= o restante - pronome)


HÁ / A

Há: quando se trata de um espaço de tempo que já passou.
Ele saiu de casa há duas horas.

Nesse caso, podemos substituir "há" por "faz".
Ele saiu de casa faz duas horas.

A: quando se trata de um espaço de tempo que está por vir.
Ele chegará daqui a duas horas.


PARA EU / PARA MIM

Para eu: antecede um verbo, ou seja, só aparece antes de um verbo no infinitivo.
Essa roupa é para eu vestir hoje à noite.

Para mim: usa-se no final de frases.
Gostaria que este presente fosse para mim.


PASSAR DE ANO / PASSAR O ANO

Embora a forma "passar de ano" já esteja muito incorporada à nossa linguagem, o certo é falar passar o ano.
Nilza, por não ter estudado muito, não passou o ano.


PERGUNTAR / QUESTIONAR

Perguntar não é questionar. "Pergunta-se" quando se quer saber alguma coisa, e "questiona-se" quando se põe alguma coisa em dúvida.
Os alunos perguntaram ao professor quando seriam realizadas as provas.
Os deputados questionaram o valor do orçamento federal apresentado pelo presidente.


PREVALECIDO / PROVALECIDO

Na hora de expressar a ideia de que ‘alguém está abusando de sua posição’, muitas pessoas utilizam erroneamente a forma "provalecido". O correto, porém, é dizer prevalecido, palavra que deriva do verbo ‘prevalecer’.


REPETIR DE ANO / REPETIR O ANO

A forma correta é repetir o ano.
Os alunos que estão com notas baixas correm o risco de repetir o ano.


ROUBAR / FURTAR

Roubar: com violência.
Parou num sinal vermelho e teve seu carro roubado por dois bandidos.

Furtar: sem violência, ameaça, constrangimento.
Furtou o relógio de dentro da gaveta.


SE NÃO / SENÃO

SE (= conjunção condicional) NÃO (advérbio de negação): essa forma é empregada quando se pode substituir o "se" por "na hipótese de" ou "caso".
Se não chover, irei à praia amanhã. (Caso não chova...)

Senão: deve-se utilizar esta forma em certas situações específicas.
Vá de uma vez, André! Senão (do contrário) você irá perder o avião.
Essas laranjas não são do tipo seleta, senão (mas sim, porém) lima.
Você não pode comer doces, senão (apenas, somente) os dietéticos.


TENHO DE... / TENHO QUE...

Tenho de: quando o sentido for de obrigação, necessidade, desejo ou interesse.
Temos de lutar por nossos direitos.
O diretor da escola terá de dar explicações sobre o aumento de seu salário.

Tenho que: quando expressar possibilidade.
Talvez você tenha que buscar sua irmã na escola hoje.


VIAJEM / VIAGEM

Cuidado! O verbo viajar é com j: eu viajo, tu viajas, eles viajaram, que ele viaje...

O substantivo viagem é sempre escrito com g.
No próximo verão, faremos uma viagem para a Europa.


VÍTIMA FATAL

Essa expressão é incorreta, porque o termo "fatal" deve se referir ao "acidente", e não à vítima.
O choque do ônibus com o trem foi fatal, causando diversas vítimas.