sexta-feira, 23 de abril de 2010

ACORDO ORTOGRAFICO



O objetivo deste conteúdo é expor ao leitor,de maneira objetiva, as alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990,por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995. Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas
as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica desses países. Espero que este material sirva de orientação básica para aqueles que desejam resolver rapidamente suas dúvidas sobre as mudanças introduzidas na ortografia brasileira, sem preocupação com questões teóricas.

Mudanças no alfabeto: o alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V WX Y Z
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações como: - na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt); - na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.

Trema: não se usa mais o trema (¨), sinal
colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos
gue, gui, que, qui.

Exemplos: agüentar / aguentar; bilíngüe / bilíngue; lingüiça / linguiça

Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano.


Mudanças nas regras de acentuação:
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras
paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

Exemplos: alcatéia / alcateia; apóia (verbo apoiar) / apoia; estréia / estreia

Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.


2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo. Exemplos: baiúca / baiuca; feiúra / feiura

Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.


3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s). Exemplos: abençôo / abençoo; crêem (verbo crer) / creem; vôos / voos


4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s)e pêra/pera.

Atenção: - Permanece o acento diferencial em
pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo,
na 3ª pessoa do singular.
- Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.
- Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
- É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/
fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?


Uso do hífen: as observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefi xos ou por elementos que podem funcionar como prefi xos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.

1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, macro-história, mini-hotel, sobre-humano, super-homem.

Exceção: subumano (nesse caso, a palavra
humano perde o h).


2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos: aeroespacial, anteontem, antieducativo, autoaprendizagem, autoescola, autoinstrução, coautor, coedição, extraescolar, infraestrutura, semiaberto, semianalfabeto, semiesférico, semiopaco.

Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, coo peração, cooptar, coocupante etc.


3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos: anteprojeto, antipedagógico, autopeça
autoproteção, coprodução, geopolítica, microcomputador, pseudoprofessor, semicírculo,
semideus, seminovo, ultramoderno.

Atenção: com o prefi xo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.


4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso,duplicam-se essas letras. Exemplos: antirracismo, antirreligioso, antirrugas, antissocial, biorritmo, contrarregra, contrassenso, cosseno, infrassom, microssistema, minissaia, neorrealismo, semirreta.


5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos: anti-ibérico, anti-imperialista, anti-inflacionário,
auto-observação, contra-atacar, micro-ondas, micro-ônibus, semi-interno.


6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário, super-racista, super-romântico.

Atenção:
- Nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado, intermunicipal,
superinteressante, superproteção.
- Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc.
- Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.


7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, superamigo, superaquecimento, supereconômico etc.


8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos: além-mar, aquém-mar, ex-aluno, pós-graduação, pré-história, pró-europeu, recém-casado, sem-terra.


9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.


10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.


11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos: girassol, madressilva, mandachuva, paraquedas, pontapé.


12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha
seguinte. Exemplos:

Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar.

O diretor recebeu os ex-
-alunos.



A implantação das regras desse Acordo no Brasil, a partir de janeiro de 2009, é
um passo importante em direção à criação de uma ortografia unificada para o português, a ser usada por todos os países que tenham o português como língua oficial: Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste.

Fonte: "Guia Prático da Nova Ortografia" de Douglas Tufano.

Crase: quando usá-la?

Crase: quando usá-la?

O uso do sinal indicativo de crase é uma das dúvidas mais frequentes das pessoas. A crase (do grego "krâsis"= fusão) é o fenômeno de contração de sons vocálicos. Assinalada pelo acento grave, ocorre sobretudo quando se encontram a preposição "a" e os artigos femininos "a" e "as". Assim, é fácil deduzir que não há crase antes de verbos nem de palavras masculinas, pois são termos que não admitem anteposição de artigos femininos. É o que acontece também com a maioria dos pronomes.
A correta utilização do acento indicativo de crase é uma questão de análise do enunciado. Trata-se de averiguar se ocorre a preposição "a" e o artigo feminino "a(s)", antes, evidentemente, de uma palavra feminina.

Regras práticas

1ª regra prática: substitua a palavra feminina por uma masculina, de mesma natureza. Se aparecer a combinação ao, é certo que ocorrerá crase antes do termo feminino:

 Amanhã iremos ao colégio / à escola.
 Vou ao campo / à praia.

Veja abaixo alguns casos nos quais a substituição pelo substantivo masculino explicitou a não ocorrência do acento indicativo de crase (repare que o ao não aparece após a substituição).

 Convoquei as alunas / os alunos para a reunião.
 Fazer bem feito vale a pena / o esforço.
 Este molho cheira a cebola / a alho.


2ª regra prática: substituir verbos que transmitem a idéia de movimento (ir, voltar, vir, chegar etc.) pelo verbo voltar. Ocorrendo a preposição "de", não haverá crase. E se ocorrer a preposição "da", haverá crase:

 Vou a Roma. / Voltei de Roma.
 Vou a Curitiba e à Bahia. / Voltarei de Curitiba e da Bahia.


3ª regra prática: a regra do “quem”
Para saber se uma palavra ou verbo exige a preposição “a”, basta utilizar o método abaixo.

• A preposição "a" exigida por substantivos e adjetivos

Atento - Quem é atento é atento a ... - Atento à aula.
Contrário - Quem é contrário é contrário a ... - Contrário à guerra.
Devoção - Quem tem devoção tem devoção a ... - Devoção à santa.
Nocivo - Algo é nocivo a ... - Nocivo à saúde.


• A preposição "a" exigida por verbos

Aspirar (=desejar) - Quem aspira aspira a ... - Aspirar à meta.
Assistir (=presenciar) - Quem assiste assiste a ... - Assistir à cena.
Obedecer - Quem obedece obedece a ... - Obedecer à lei.
Visar (= ter em mente) - Quem visa visa a ... - Visar à meta.



EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE

Casos obrigatórios

a) Antes de locuções adverbiais femininas: às vezes, à noite, à tarde, às pressas, às escondidas, à direita, à esquerda, à toa.
Ex.: O “show” começará à noite.

b) Antes de locuções prepositivas: à esquerda de, à direita de, à frente de, à moda de, à procura de, à mercê de, à custa de, à semelhança de, à beira de, à cata de.
Ex.: A polícia está à cata do assassino.

c) Antes de locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que.
Ex.: À medida que contava sua versão dos fatos, ficava mais exaltada.

d) Antes das palavras CASA e TERRA, se vierem determinadas.
Exs.: Voltei à casa de meus pais depois de passar anos estudando fora.
Os astronautas voltaram à Terra.

e) Diante de pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo sempre que forem antecedidos por verbos que exigem preposição A.
Ex.: Entregue àquele homem este pacote.

f) Diante de nome de alguns lugares usando a seguinte regra:
quem vai a e volta da crase haverá;
quem vai a e volta de crase pra quê?
Ex.: Vou à Itália na semana que vem.

g) Diante de numerais fazendo referência a horas.
Ex.: Precisamente, às 19 horas a aula começará.

h) Quando se subentende as expressões “à moda de”, “à maneira de” etc.
Ex.: Tinha preferência por sapatos à Luís XV.



Casos proibidos

a) Antes de verbos.
Ex.: O povo começou a gritar por justiça.

b) Antes de pronomes em geral.
Ex.: A ninguém mais eu diria palavras tão doces.

Nota:
● Pronomes pessoais: ele, nós, vós, eles; te, lhe, me, se, nos, mim, ti, si
● Pronomes demonstrativos: esta(s), essa(s), esse(s), este(s), isto, isso
● Pronomes possessivos masculinos: seu(s), teu(s), meu(s), nosso(s), vosso(s)
● Pronomes indefinidos: algum(a), nenhum(a), outro(a), pouco(a), muito(a), tanto(a), vários(as), qualquer, quaisquer, alguém, ninguém, algo, nada, tudo, cada, todo(a)
● Pronomes de tratamento: você(s), vossa alteza, vossa eminência, vossa excelência, vossa majestade, vossa senhoria etc.

Atenção: usa-se acento indicativo de crase antes destes pronomes: dona, senhora, senhorita, a qual, as quais, mesma(s), outra(s).
Exs.: O diretor apresentou-me à senhorita Clara.
Entregou à outra colega o livro.

c) Antes de artigo indefinido: um, uma, uns, umas.
Ex.: A discussão levou o gerente a uma situação insustentável.

d) Em locuções formadas por palavras repetidas: uma a uma, cara a cara etc.
Ex.: As folhas foram dadas uma a uma para cada participante.

e) Quando a preposição A estiver no singular, seguida de substantivo no plural.
Ex.: No ano passado, assisti a peças de teatro maravilhosas.

f) Quando as palavras CASA (lar) e TERRA (chão firme) não vierem determinadas.
Exs.: O garoto regressou a casa cansado.
O navio chegará a terra à noite.



Casos facultativos ou opcionais

a) Antes de pronomes possessivos femininos: sua(s), tua(s), minha(s), nossa(s), vossa(s).
Ex.: Todos nós estávamos à (a) sua procura.

b) Antes de substantivos próprios femininos.
Ex.: Diga à (a) Daniela que a prova será amanhã.

c) Após locução prepositiva ATÉ A.
Ex.: Foi até à (a) porta para despedir-se.


Comuns, entretanto, são os erros de colocação do acento indicativo de crase em expressões como "à partir de". Ora, "partir" é um verbo antecedido da preposição "a". Não havendo fusão de vogais, não se justifica o uso do acento.

Outras ocorrências:

 “Vendas à prazo”: é fácil ver que prazo, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e portanto não leva acento indicativo de crase. Para formação de crase com um substantivo masculino, só com o uso do pronome aquele (ver uso obrigatório do acento indicativo de crase).

 “De segunda à sexta”: podemos, nesse caso, notar que segunda está sem artigo (de ); portanto sexta também deve estar sem artigo por uma questão de coerência. Podemos também fazer o teste substituindo por um substantivo masculino: ... de segunda a sábado.. Como não falamos ao sábado, não colocamos o acento de crase em a sexta. Fácil, não?



A crase e a ambiguidade

Em alguns casos, o acento indicativo de crase não reflete a existência de uma contração de vogais idênticas; ele é utilizado apenas para evitar a ambiguidade, a duplicidade de sentido.

 "Receber à bala" (receber atirando) para diferenciar de "Receber a bala" (ganhar uma guloseima).
 "Pintar à mão" (pintar com a mão) para diferenciar de "Pintar a mão" (passar tinta na mão).
"Cheirar à gasolina" (exalar o cheiro de gasolina) para diferenciar de "Cheirar a gasolina" (aspirar o cheiro da gasolina).
 “Venda à vista”: é de fácil percepção a possibilidade de duplo sentido na expressão. Daí a justificativa para uso do acento indicativo de crase, que não é empregado pela existência de duas vogais idênticas, mas apenas para evitar ambiguidade.

Fontes: "Gramática em textos" de Leila Lauar Sarmento e "Revista Língua Portuguesa".

A Língua Portuguesa agradece e nossos ouvidos também!

Este texto circula pela internet. Nele, há dicas importantes para o uso correto das palavras.

Nunca diga:
- Menas (sempre menos).
- Iorgute (iogurte).
- Mortandela (mortadela).
- Mendingo (mendigo).
- Trabisseiro (travesseiro).
- Cardaço (cadarço).
- Asterístico (asterisco).
- Meia cansada (meio cansada).

Lembre-se:
- Mal – Bem.
- Mau - Bom.

- Trezentas gramas (a grama pode ser de um pasto). Se você quer falar de peso, então é O grama: trezentOs gramas.

- Di menor, di maior (é simplesmente maior ou menor de idade).

- Beneficiente (beneficente - lembre-se de Beneficência Portuguesa).

- O certo é BASCULANTE e não VASCULHANTE, aquela janela do banheiro ou da cozinha.

- Se você estiver com muito calor, poderá dizer que está "suando" (com u) e não "soando", pois quem "soa" é sino!

- A casa é GEMINADA (do latim geminare = duplicar) e não GERMINADA que vem de germinar, nascer, brotar.

- O peixe tem ESPINHA (espinha dorsal) e não ESPINHO. Plantas têm espinhos.

- Homens dizem OBRIGADO e mulheres, OBRIGADA.

- "FAZ dois anos que não o vejo“ e não “FAZEM dois anos”.

- "HAVIA muitas pessoas no local" e não "HAVIAM”.

- "PODE HAVER problemas" e não "PODEM HAVER...." (os verbos fazer e haver são impessoais!!).

- A PARTIR e não À PARTIR.

- O certo é HAJA VISTA (que se oferece à vista) e não HAJA VISTO.

- POR ISSO e não PORISSO (muito comum nas páginas de recado do Orkut).

- AGENTE pode marcar algo... Se é um agente, ele pode ser secreto, aduaneiro, de viagens...). A GENTE = NÓS.

- O certo é CUSPIR e não GOSPIR.

- HALL é RÓL não RAU, nem AU.

- Para EU fazer, para EU comprar, para EU comer e não para MIM fazer, para mim comprar ou para mim comer... (mim não conjuga verbo, apenas "eu, tu, eles, nós, vós, eles").

- Você pode ficar com dó (ou com um dó) de alguém, mas nunca com "uma dó"; a palavra dó no feminino é só a nota musical (dó, ré, mi, etc).

- As pronúncias: CD-ROM é igual a ROMA sem o A. Não é CD-RUM (nem CD-pinga, CD-vodka etc). ROM é abreviatura de Read Only Memory - memória apenas para leitura.

- E agora, o horror divulgado pelo pessoal do TELEMARKETING: Não é “eu vou ESTAR mandando”; “vou ESTAR passando”; “vou ESTAR verificando”. O correto é: eu vou MANDAR; vou PASSAR; vou VERIFICAR (muito mais simples, mais elegante e CORRETO).

- Ao telefone não use: Quem gostaria? (É de matar...). Não use: peraí, aguenta aí, só um pouquinho (prefira: Aguarde um momento, por favor).

- Por último e, talvez, a pior de todas: Por favor, arranquem os malditos SEJE e ESTEJE do seu vocabulário (estas palavras não existem!!).

A língua portuguesa agradece!

Dúvidas frequentes

AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO A

Ao encontro de: significa "a favor de, para junto de".
Esta sua decisão veio ao encontro das minhas pretensões.

De encontro a: equivalente a "ir contra alguma coisa, ir em direção oposta a".
O carro foi de encontro ao poste.


A FIM / AFIM

A fim: igual a "finalidade".
Chegou cedo a fim de terminar o serviço.

Afim: equivalente a "semelhante".
Meu gosto não é afim ao seu em matéria de comida.


AO INVÉS DE / EM VEZ DE

Ao invés de: significa "ao contrário de".
Maura, ao invés de Alice, resolveu se dedicar à música. (opções de estudo contrárias)

Em vez de: igual a "em lugar de".
Em vez de Pedro, Paulo foi o orador da turma.


À MEDIDA QUE / NA MEDIDA EM QUE

À medida que: está classificada entre as conjunções subordinativas proporcionais; portanto, tem o mesmo significado de “à proporção que”.
Senhas eram distribuídas aos candidatos à medida que eles entravam nas filas de inscrição.

Na medida em que: não se encontra nos livros de gramática tradicionais. Para desfazer a confusão: na medida em que se encaixa nas conjunções causais, tendo o sentido aproximado de "pelo fato (razão, motivo) de que, uma vez que, já que, porquanto".
O Estado, na medida em que se responsabiliza apenas pelo financiamento do Ensino Fundamental, estaria se abstendo de cumprir seu papel de promotor do bem comum.


À MESA / NA MESA

Convém sempre usar à (e não na), nessa expressão, quando existe a ideia de proximidade. Reserve a expressão na, quando existir a ideia de posição superior. Então, sentar-se na mesa não é coisa de gente civilizada.


A PAR / AO PAR

A par tem o sentido de "bem informado", "ciente".
Você precisa me manter a par de tudo o que acontece.

Ao par é uma expressão usada para indicar relação de equivalência ou igualdade entre valores financeiros (geralmente em operações cambiais).
As moedas fortes mantêm o câmbio praticamente ao par.


AONDE / ONDE

Aonde: indica idéia de movimento ou aproximação, significando “para onde”.
Aonde você vai?

Onde: indica o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. Normalmente, refere-se a verbos que exprimem estado ou permanência.
A casa onde moro é muito antiga.


COM NÓS / CONOSCO

Com nós: essa forma somente será utilizada se logo depois vier palavras como "todos", "mesmos", "próprios" ou qualquer numeral cardinal (dois, três, etc.)
Esse fato aconteceu com nós todos.

Não havendo essas palavras, usa-se conosco.
Vamos à praia conosco?


DE MAIS / DEMAIS

De mais: quando apresenta o sentido oposto à "de menos" (= após um substantivo ou pronome).
Para Ana, chegar atrasada ao trabalho não tem nada de mais.

Demais (= junto): é advérbio de intensidade (= muito) ou pronome indefinido (= o restante, os outros).
Rita fala demais. (= fala muito - advérbio)
Uns vaiavam, os demais aplaudiam. (= o restante - pronome)


HÁ / A

Há: quando se trata de um espaço de tempo que já passou.
Ele saiu de casa há duas horas.

Nesse caso, podemos substituir "há" por "faz".
Ele saiu de casa faz duas horas.

A: quando se trata de um espaço de tempo que está por vir.
Ele chegará daqui a duas horas.


PARA EU / PARA MIM

Para eu: antecede um verbo, ou seja, só aparece antes de um verbo no infinitivo.
Essa roupa é para eu vestir hoje à noite.

Para mim: usa-se no final de frases.
Gostaria que este presente fosse para mim.


PASSAR DE ANO / PASSAR O ANO

Embora a forma "passar de ano" já esteja muito incorporada à nossa linguagem, o certo é falar passar o ano.
Nilza, por não ter estudado muito, não passou o ano.


PERGUNTAR / QUESTIONAR

Perguntar não é questionar. "Pergunta-se" quando se quer saber alguma coisa, e "questiona-se" quando se põe alguma coisa em dúvida.
Os alunos perguntaram ao professor quando seriam realizadas as provas.
Os deputados questionaram o valor do orçamento federal apresentado pelo presidente.


PREVALECIDO / PROVALECIDO

Na hora de expressar a ideia de que ‘alguém está abusando de sua posição’, muitas pessoas utilizam erroneamente a forma "provalecido". O correto, porém, é dizer prevalecido, palavra que deriva do verbo ‘prevalecer’.


REPETIR DE ANO / REPETIR O ANO

A forma correta é repetir o ano.
Os alunos que estão com notas baixas correm o risco de repetir o ano.


ROUBAR / FURTAR

Roubar: com violência.
Parou num sinal vermelho e teve seu carro roubado por dois bandidos.

Furtar: sem violência, ameaça, constrangimento.
Furtou o relógio de dentro da gaveta.


SE NÃO / SENÃO

SE (= conjunção condicional) NÃO (advérbio de negação): essa forma é empregada quando se pode substituir o "se" por "na hipótese de" ou "caso".
Se não chover, irei à praia amanhã. (Caso não chova...)

Senão: deve-se utilizar esta forma em certas situações específicas.
Vá de uma vez, André! Senão (do contrário) você irá perder o avião.
Essas laranjas não são do tipo seleta, senão (mas sim, porém) lima.
Você não pode comer doces, senão (apenas, somente) os dietéticos.


TENHO DE... / TENHO QUE...

Tenho de: quando o sentido for de obrigação, necessidade, desejo ou interesse.
Temos de lutar por nossos direitos.
O diretor da escola terá de dar explicações sobre o aumento de seu salário.

Tenho que: quando expressar possibilidade.
Talvez você tenha que buscar sua irmã na escola hoje.


VIAJEM / VIAGEM

Cuidado! O verbo viajar é com j: eu viajo, tu viajas, eles viajaram, que ele viaje...

O substantivo viagem é sempre escrito com g.
No próximo verão, faremos uma viagem para a Europa.


VÍTIMA FATAL

Essa expressão é incorreta, porque o termo "fatal" deve se referir ao "acidente", e não à vítima.
O choque do ônibus com o trem foi fatal, causando diversas vítimas.